quinta-feira, 22 de julho de 2010

Artigo 19
Centenário da Implantação da República (1910-2010)
Numária
O Papel-moeda
1910 – 2010





VINTE ESCUDOS





O famoso teólogo e pregador Santo António de Lisboa é a figura evocada nesta chapa. A estampagem das notas foi efectuada pela casa inglesa Bradbury, Wilkinson Co Ltd., New Malden, Surrey, segundo maquetas iniciais de autoria do arquitecto João de Sousa Araújo. As duas estampagens calcográficas de frente mostram; a verde musgo, o retrato de Stº. António, que teve como modelo um pormenor de um quadro de Frei Carlos, existente no Museu Nacional de Arte Antiga, dísticos e um ornato central que simboliza o célebre Sermão aos Peixes; e a castanho-escuro uma faixa de desenhos ondulados cruzados e um ornato com palmas. No verso tem uma estampagem calcográfica, a verde musgo, com a vinheta representando a Igreja de Santo António de Lisboa, envolvida em ornatos de palmas. O papel foi fabricado por Portals Limited, Laverstoke Mills, Whitchurch, Hants, apresenta em marca de água, visto à transparência pela frente, no lado esquerdo, o retrato de Santo António. Dimensões das notas 135 x 66 mm. Foram emitidas 229 100 000 notas com a data de 26 de Maio de 1964. Primeira emissão, 19 de Janeiro de 1965 e última emissão, em 31 de Outubro de 1977. Foram retiradas de circulação em 31 de Dezembro de 1982.
Biografia:
Santo António de Lisboa ou Santo António de Pádua, nasceu na cidade de Lisboa, pensa-se que no ano de 1195 e faleceu na cidade de Pádua (Itália) em Junho de 1231; de seu nome de baptismo Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo, filho de Martim de Bulhões e de Maria Teresa Taveira Azevedo; era também conhecido por Santo António de Pádua porque aí viveu e aí faleceu, sendo que na religião católica os santos eram conhecidos pelo nome da cidade onde faleceram.
Santo António fez os primeiros estudos na Igreja de Santa Maria Maior (hoje Sé de Lisboa), ingressando na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no Mosteiro de São Vicente de Fora, como noviço no ano de 1211. Por este convento permaneceu cerca de três anos, tendo ingressado com a idade de 18 ou 19 anos no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde estudou Direito Canónico, Filosofia e Teologia. No ano de 1220 troca a Regra de Santo Agostinho pela Ordem de São Francisco, recolhendo-se nos Olivais em Coimbra e mudando também o nome para António. No ano de 1221 embarca para Marrocos em acção de evangelização, mas foi acometido de grave doença, sendo repatriado para Portugal. No regresso uma tempestade assolou a embarcação e esta arrastou o barco para as costas da Sicília. Aqui, em Itália os seus discursos notabilizam-no como um exímio teólogo e belíssimo pregador. No ano de 1222, dissertando para religiosos Franciscanos e Dominicanos de forma admirável, o Provincial da Ordem de imediato o destinou à evangelização. Neste mesmo ano conheceu Francisco de Assis, sendo nomeado pregador da Ordem. Em 1225 segue para França, estalando-se em Toulouse como pregador, desenvolvendo as suas aptidões de orador a tal ponto que lhe é confiada a guarda do Convento de Puy-en-Velay e a guarda da província de Limoges. Pouco depois instala-se em Marselha mas por pouco tempo, pois foi escolhido para Provincial da Romanha. No ano de 1226 morre Francisco de Assis e Santo António volta a Itália. No ano de 1228, assistiu à canonização de São Francisco. Na Basílica de São João de Latrão, em Roma, pregou diante do Papa Gregório IX. Nestes mesmo ano desloca-se a Ferrara, Bolonha e Florença, continuando com as suas pregações. No ano de 1229 divide-se entre Varese, Bréscia, Milão, Verona e Mântua pregando com tal intensidade e cativando cada vez mais crentes, que o absorvia de tal maneira que se dedicou exclusivamente a ela. No ano de 1231 conclui a redacção dos “Sermões Festivos”. Neste mesmo ano após contactos com o papa Gregório IX, regressou a Pádua, bastante doente, vindo a falecer a 13 de Junho de 1231 no Oratório de Arcela, com a idade de entre 36 a 40 anos de idade. Os seus restos mortais repousam na Basílica de Pádua, construída em sua memória. O papa Gregório IX, canoniza-o na catedral de Espoleto no ano de 1232. Foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio XII, no ano de 1946. São suas atribuições – o livro, o pão, o Menino Jesus e lírio. É o padroeiro da cidade de Lisboa e da cidade de Pádua, dos pobres, das mulheres grávidas, dos casais, das pessoas que desejam encontrar objectos perdidos, dos oprimidos, etc… O dito popular quando se faz um pedido ao Santo, assenta na seguinte frase: “Valha-me Santo António”. Foram erigidas Igrejas com o seu nome em Pádua, Roma e Lisboa. O dia 13 de Junho, data do seu falecimento, é a data da festa litúrgica.

F I M
Bibliografia: “ O papel-moeda em Portugal” Banco de Portugal. Wikipedia.e trechos avulsos.
Publicado no Jornal das Caldas em 21-07-2010